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O motor a diesel está para acabar

O motor movido a diesel foi inventado em 1893 pelo cientista alemão Rudolf Diesel e mudou o rumo energético do setor de transportes no mundo todo. O diesel, na época, mostrou-se infinitamente mais eficiente que os motores movidos a vapor, com maior produção de energia e tamanho e peso reduzidos.

Naquela época, já se testavam outras tecnologias para veículos, como a propulsão com motores elétricos, mas, devido ao peso e à baixa capacidade das baterias, os motores de combustão interna se popularizaram.

Apesar da eficiência do diesel, a primeira aplicação em um caminhão aconteceu apenas em 1923. Nesse ano foi apresentado o caminhão Benz Sk3, com motor de 50 cavalos de potência a 1.000 rpm e capacidade de carga para 5,5 toneladas. Para a época, era um gigante.

Depois disso, o diesel ganhou definitivamente as estradas de todo o mundo por ter maior eficiência termodinâmica e robustez que outros tipos de motores. Após 1920, os caminhões evoluíram, passaram a ter mais potência, poluir menos e aproveitar cada vez mais a energia produzida pelo diesel.

Porém, quase 100 anos depois de se popularizar, o diesel está para acabar. Apesar de todos os benefícios, mesmo em caminhões novos, com tecnologias Euro 5 e Euro 6 de emissões, ainda é poluente, e muitas montadoras já enxergam um horizonte sem o uso do combustível fóssil em seus veículos.

Entre as soluções apresentadas estão os caminhões elétricos, com baterias, motores híbridos, células de combustível, entre outros, além de outras fontes de combustível, como o gás natural. Nessa segunda opção, já existem vários caminhões sendo usados, principalmente na Europa, com autonomia igual à de caminhões a diesel, o que é uma grande vantagem, e com emissão de poluentes até 90% menor se comparados aos motores a diesel convencionais.

Para exemplificar, a Iveco fez uma viagem de 1.728 quilômetros de Londres, na Inglaterra, a Madri, na Espanha, sem reabastecer. O custo da viagem foi 40% menor do que se tivesse sido usado um caminhão a diesel e o feito quebrou o recorde de distância com apenas um abastecimento de gás.

Diversas montadoras já investem em outras tecnologias, a mais famosa delas é a Tesla, que apresentou o modelo Semi, totalmente elétrico e movido a bateria. O valor do caminhão será o mesmo de um semelhante a diesel e a autonomia, com uma carga completa das baterias, mesmo carregado com peso máximo, pode chagar a 800 km.

Outra montadora que está nessa corrida é a Nikola, que, assim como a Tesla, é americana, mas apresentou veículos movidos a células de hidrogênio. A solução é tão eficiente que o escapamento emite apenas água, nenhum poluente. Entre os veículos apresentados pela montadora estão três caminhões: Nikola One, caminhão para longas distâncias exclusivo nos Estados Unidos; Nikola Two, para entregas regionais e uso urbano; e Nikola Tre, que será vendido na Europa.

Além dessas montadoras, praticamente todas as outras investem em algum tipo de tecnologia para substituir o diesel. Mais do que o investimento, vários países já estão mudando sua legislação para proibir o uso do diesel em algumas situações, como em entregas noturnas e em alguns trechos de rodovias específicos. É o caso de Hamburgo, na Alemanha, que já proíbe a circulação de veículos a diesel que não cumpram a norma de emissão de poluentes Euro 6.

Em outros casos, a legislação beneficia com redução de impostos e outros incentivos quem comprar veículos que não sejam movidos a diesel. Ou seja, é provável que o uso desse combustível restrinja-se apenas a caminhões antigos e que os modernos caminhões elétricos, movidos a gás e a outros combustíveis, tornem-se onipresentes nas rodovias de todo o mundo.

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