Todos vimos, nas últimas semanas, os grandes aumentos de custos no setor de transportes, com os insumos cada vez mais caros. Todos esses acontecimentos globais impactam o bolso do caminhoneiro, e é justamente nessa hora que os cálculos precisam ser feitos com mais exatidão.
Com o ataque do exército russo à Ucrânia, o valor do diesel disparou. O barril do petróleo, que custava USD 80,00, subiu para USD 140,00 em poucos dias, e isso aconteceu porque a Rússia é a segunda maior produtora de petróleo do mundo. Outros itens necessários ao transporte, como a Arla32, também tiveram seus preços reajustados.
Essas mudanças reduzem o ganho dos caminhoneiros ao mínimo. Ter lucratividade é essencial, independentemente se trata-se de uma empresa multinacional ou de um caminhoneiro que trabalha por conta própria com apenas um caminhão na garagem. O lucro é essencial para que qualquer empresa consiga existir de forma saudável.
Contudo, só é possível ter lucro se o empresário – ou o caminhoneiro – souber quanto custa para trabalhar. Embarcar em seu caminhão um frete de R$ 5 mil brutos enquanto os custos superam esse valor é pagar para trabalhar, como dizem na estrada.
E cada centavo importa na hora de fazer as contas. O diesel, que é o principal insumo dos transportes, representa 40% dos custos, e ainda há os gastos com pneus, manutenção preventiva e corretiva, seguro, depreciação do caminhão, IPVA e o salário do motorista – que é você. Tudo precisa ser calculado corretamente.
Depois de ter os valores dos custos em mãos, é mais fácil saber se o valor oferecido para o transporte de uma carga vai valer a pena ou não. Se empatar, você está perdendo. É preciso considerar gastos extras durante as viagens, e o valor pago pelo contratante do frete deve ser sempre maior que o seu custo para transportar uma carga.
Então, para ter saúde financeira, a única receita é usar uma calculadora, ter uma planilha e fazer contas. Sem isso, não tem como lucrar.
Rafael Brusque, do Blog do Caminhoneiro, especialmente para o Pamclube.