Todos os anos, nessa época do ano, temos que lidar com o mesmo cenário: chuva forte que, em poucos minutos, faz com que rios transbordem, alaga ruas e devasta muitas cidades. Há poucos dias, choveu em São Paulo como há muitos anos não acontecia. E, com essas tempestades, vem muito prejuízo. Além de propriedades invadidas pela água, muitos veículos ficam cobertos e muitas pessoas chegam a perder tudo.
Nesse dia, uma cena chamou a atenção: dezenas de caminhões submersos dentro do Ceagesp. Esses veículos foram pegos de surpresa pelo aguaceiro e ficaram presos. Os motoristas pouco – ou nada – puderam fazer.
A água traz diversos problemas para os veículos, mas como evitar que isso aconteça? O primeiro passo é evitar a água. Se houver enchente em uma estrada, mesmo que o trecho seja conhecido, evite passar pela água. O correto é procurar um desvio ou esperar. A água força muitas partes do veículo, como o radiador, que pode bater na ventoinha, correndo o risco de causar danos graves.
O choque térmico também é grande. Como o motor está muito quente e a temperatura da água gira em torno de 20 oC ou menos quando chove, podem ocorrer algumas trincas em peças plásticas aquecidas e até mesmo no bloco do motor.
A água da enchente também pode causar pane elétrica no veículo, o que provoca curtos-circuitos, que podem fazer o motor desligar, danificar componentes eletrônicos e até causar incêndios.
Os caminhões têm a tomada de ar em posição mais elevada, mas, se o motor apagar dentro de um alagamento, a água pode entrar nele pelo escapamento. Se isso acontecer, não tente religar o veículo. O principal problema aqui acontece se os cilindros do motor estiverem cheios de água. A rotação do motor com as válvulas fechadas pode causar o terrível calço hidráulico, que pode empenar as bielas e até travar o motor.
A água também compromete a lubrificação dos sistemas do caminhão e, se ele ficar submerso, precisará de uma troca completa dos fluidos. Se a água entrar na cabine, o problema é ainda maior. Além de uma quantidade imensa de componentes eletrônicos, a cabine tem muitos acabamentos de espuma, que podem ficar deformados em contato com a água.
Outro grande problema de áreas alagadas é a falta de visibilidade das ruas e estradas. Quem está dirigindo em uma rua alagada não consegue ver o que está abaixo da linha da água, que pode ter levado parte do pavimento, abrindo grandes buracos e, inclusive, podendo engolir o veículo. Se tiver problemas com enchentes, o melhor é rebocar o caminhão até uma oficina de qualidade para avaliação dos danos, troca de peças e fluidos e outros reparos. Evite tentar dar a partida em qualquer veículo que tenha ficado debaixo d’água.
Por isso, sempre que possível, recomenda-se ficar longe de alagamentos, independentemente do tamanho do veículo.
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